3.9.09

Ou de como Sócrates transformou Manuela Moura Guedes em vítima da censura socialista (act.)

TVI: Marinho Pinto condena atitude da administração (iol 4/9): «O bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, afirmou, em entrevista à RTP, que a decisão da administração da TVI de suspender o Jornal de Sexta é um ataque à liberdade de imprensa. «A direcção de informação tem todo o direito de estruturar os programas informativos de televisão assim como o director de um jornal tem todo o direito de organizar o jornal e não pode ser a administração a faze-lo», afirmou Marinho Pinto. O Bastonário da Ordem dos Advogados chegou a criticar em directo o Jornal de Sexta. Agora, Marinho Pinto condenou a atitude da administração da TVI e criticou também o presidente da Entidade Reguladora da Comunicação (ERC). Para o bastonário o «presidente da ERC não devia ter vindo publicamente pronunciar-se sobre esta questão», uma vez que ele «preside a um órgão que vai julgar este caso». Marinho Pinto afirmou que o presidente da ERC já fez «um julgamento prévio». «Há pessoas que pela sua posição devem falar. Há outras que devem ficar caladas», disse.

Redacção da TVI repudia atentado à liberdade de imprensa (ionline 3/9): «Depois de reunir em plenário, a redacção da TVI prepara-se para emitir um comunicado, no qual repudia o atentado à liberdade de imprensa que conduziu à demissão da direcção de informação da estação e sublinha a ingerência da Prisa na administração e na informação da TVI, segundo apurou o i. A redacção da TVI irá ainda afirmar a sua solidariedade com a direcção de informação demissionária.»

Jornalistas repudiam decisão da administração: «A redacção da TVI, reunida no dia 3 de Setembro de 2009, vem por este meio repudiar a decisão da administração do grupo Prisa de retirar do ar o Jornal Nacional de Sexta-Feira. O prestígio da TVI depende do trabalho livre e responsável dos seus profissionais. Ao retirar o Jornal de Sexta, na véspera da sua emissão, a administração põe em causa a seriedade e a competência de todos os seus profissionais, um dos maiores capitais da empresa. A redacção da TVI reprova quaisquer actos que ponham em causa a sua dignidade profissional e independência jornalística, bem como a liberdade de imprensa em geral. A redacção da TVI exige que esses valores sejam respeitados e que esta situação seja esclarecida.» (segue abaixo-assinado)

TVI: Sindicato mostra «repulsa e indignação» (agencia financeira 2009/09/03): «Sindicato diz que há uma «ingerência ilegítima e completamente inaceitável da Administração» O Sindicato dos Jornalistas (SJ) está preocupado com a demissão de Direcção de Informação da TVI. Em comunicado, mostra «indignação e repulsa» pelo sucedido. «A Direcção do Sindicato dos Jornalistas tomou conhecimento de notícias dando conta da demissão da Direcção de Informação da TVI e de que tal atitude terá sido tomada após a comunicação, pela Administração, da decisão de extinguir o serviço noticioso Jornal Nacional. A ser verdadeira, tal extinção só pode ser recebida pelo SJ com indignação e repulsa, pois representaria uma ingerência ilegítima e completamente inaceitável da Administração na esfera da competência exclusivamente reservada à Direcção de Informação», pode ler-se no documento. Por outro lado, o Sindicato dos Jornalistas alerta que as notícias «estão a lançar sobre a TVI e a sua Administração uma suspeição de tal modo grave que exigem da parte desta, desde logo em nome da transparência, um cabal esclarecimento das circunstâncias que conduziram à demissão verificada».

Moniz: Cancelamento do Jornal de Sexta "é um escândalo" (DN online/Lusa 3/9): «O antigo director-geral da TVI, José Eduardo Moniz, disse hoje que o cancelamento do Jornal de Sexta é um "escândalo. "O que acaba de acontecer hoje é um escândalo a todos os títulos: do ponto de vista político, empresarial e da liberdade de informação em Portugal. É escandaloso que esta situação tenha ocorrido", afirmou o actual vice-presidente da Ongoing. Moniz recordou que no dia em que deixou a TVI referiu, em entrevista ao Jornal Nacional, que será "um escândalo se o Jornal de Sexta não fosse retomado em Setembro". Para José Eduardo Moniz, esta posição demonstra "uma enorme falta de verticalidade da parte dos accionistas" [da empresa detentora da TVI, a espanhola Prisa]. "Acabam de revelar que não têm estatuto nem dimensão para terem um órgão de comunicação social em Portugal", disse.»

BE compara cancelamento do Jornal Nacional a afastamento de Marcelo (DN online, 3/9): «O Bloco de Esquerda considerou hoje "estranho" o cancelamento do Jornal Nacional da TVI e comparou o caso com o afastamento de Marcelo Rebelo de Sousa da mesma estação de televisão. "O que tivemos hoje faz-nos lembrar um episódio que ocorreu durante o Governo PSD e CDS-PP na mesma estação de televisão que levou ao afastamento de Marcelo Rebelo de Sousa porque os seus comentários incomodavam o Governo da altura. As pressões foram imensas e resultaram exactamente no seu afastamento", disse à Agência Lusa a deputada do BE Helena Pinto.»

PCP atento à TVI (Expresso online, 3/9): «Enquanto a redacção da TVI está reunida de emergência, o Partido Comunista Português pronunciou-se em comunicado sobre a suspensão do "Jornal Nacional" de sexta-feira. Um assunto "da maior gravidade", diz. A situação na TVI "não é separável do conhecido e notório incómodo que, quer o Governo quer o primeiro-miistro, vinham demonstrando face aos conteúdos e critérios dominantes" no "Jornal Nacional" de sexta-feira, diz o PCP em comunicado. Apesar de bastante cauteloso em concluir que existe uma relação directa entre a suspensão do jornal apresentado por Manuela Moura Guedes e "eventuais pressões para influenciar num sentido favorável a interesses políticos e eleitorais" do PS, os comunistas portugueses classificam essa possibilidade como "da maior gravidade no plano da liberdade de imprensa".»

Portas considera suspensão do Jornal de Sexta "ordem socialista" e "acto de censura" (ionline/Lusa, 3/9): «O líder do CDS-PP considerou hoje evidente que o cancelamento do Jornal de Sexta da TVI foi "ordem socialista" que classificou como um "acto de censura" que afecta a liberdade de expressão. "Parece evidente que se trata de um acto de censura a três semanas das eleições. É uma ordem socialista através do seu aliado, a PRISA. É uma ordem vinda de Espanha mas que afecta directamente uma liberdade essencial dos portugueses", declarou Paulo Portas.»

Paulo Rangel pede "levantamento da sociedade civil" (ionline, 3/9): «"É absolutamente espantoso que em 2009 tenhamos que voltar a empunhar a bandeira da liberdade de expressão", diz o ex-líder parlamentar Paulo Rangel. "É preciso um levantamento da sociedade civil a favor da liberdade de expressão", disse Paulo Rangel ao i sobre a suspensão do "Jornal Nacional" da TVI que levou à demissão da direcção da informação. "José Sócrates conseguiu a coisa extrema de limitar a liberdade de expressão em Portugal 35 anos depois do 25 de Abril. É absolutamente espantoso que em 2009 tenhamos que voltar a empunhar a bandeira da liberdade de expressão", afirmou o ex-líder parlamentar que há dois anos foi o primeiro a falar da "claustrofobia democrática", hoje convertida pela direcção de Manuela Ferreira Leite em "asfixia democrática", uma das grandes linhas da campanha contra o governo.
Paulo Rangel apelou "às pessoas de todos os quadrantes políticos" para se unirem na "luta pela liberdade de expressão".

«"É uma coisa absolutamente intolerável num Estado de direito a a sucessão de episódios que culmina na suspensão do Jornal Nacional e no afastamento da direcção da TVI. Já tinha começado quando ainda estava o parlamento a funcionar, consumou-se com a saída de José Eduardo Moniz e agora tem este desfecho. É a prova cabal de que existe um enorme condicionamento governamental da informação e claustrofobia democrática em alto grau", disse Rangel, para quem "é extremamente grave para o Estado de direito e a liberdade de expressão aquilo a que estamos a assistir".»

[Azeredo Lopes diz que é falta de sentido de oportunidade...] Presidente da ERC: cancelamento do Jornal de Sexta "absolutamente inaceitável": (DN online/Lusa, 3/9): «O presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), considera "absolutamente inaceitável" e de "total ausência de oportunidade" o cancelamento do Jornal de Sexta da TVI, hoje anunciado pela administração da estação. "Tenho por absolutamente inaceitável e de uma total ausência de sentido de oportunidade com uma consequência objectiva de interferência num processo eleitoral a decisão que foi hoje tornada pública e tomada pela administração da TVI", afirmou à Lusa José Azeredo Lopes. O presidente da ERC salientou a "estupefacção" que sentiu perante as notícias que dão conta do cancelamento do Jornal de Sexta, apresentado por Manuela Moura Guedes.»

[DN de hoje, antes da "asfixia total"] Manuela Moura Guedes: 'Só se fossem muito estúpidos é que me tiravam do ar!' (DN, 3/9): «Regresso. Manuela Moura Guedes volta amanhã ao 'Jornal Nacional', o programa que marca a 'rentrée' em mês eleitoral. E, numa entrevista, a pivô lança críticas em todas as direcções. Acabaram as dúvidas. Manuela Moura Guedes vai mesmo regressar amanhã à apresentação do polémico Jornal Nacional de 6.ª, na TVI, que o primeiro-ministro José Sócrates considerou ser "um espaço travestido de jornalismo".

«A pivô está consciente de que "há muita gente que gostaria" que não voltasse, mas, em entrevista à Notícias TV, a revista de televisão do DN, diz que "só se fossem muito estúpidos" é que a tiravam do pequeno ecrã. (...) Ao longo de seis páginas, Manuela Moura Guedes não poupa nas palavras e dispara em todas as direcções. Diz que é "um alvo a abater" por José Sócrates e recusa as críticas que lhe fazem à forma como apresenta o jornal. "Isso é um disparate. Eu tento sempre contextualizar a informação. Procuro que o meu pivô tenha mais informação, recordando coisas que já aconteceram. E admito que possa ter um bocadinho do que eu penso. Eu não quero ser uma alforreca, eu não sou uma alforreca."»

Jornal Nacional tinha novos dados do caso Freeport, diz Moura Guedes. (Fábrica de Conteúdos, 3/9): «Apresentadora desconhece motivos para suspensão do noticiário. A apresentadora do Jornal Nacional, de sexta-feira, da TVI, Manuela Moura Guedes, anunciou que o noticiário que iria para o ar dia 4 de Setembro incluía novos dados sobre o caso Freeport. Em declarações à TSF, Manuela Moura Guedes confirmou que, esta sexta-feira, o Jornal Nacional iria apresentar novos dados sobre o caso Freeport, «com documentação que desdiz informações que têm sido veiculadas nas últimas semanas, informações bastante importantes sobre o caso».

Santos Silva: "O PS nada tem a ver com esta decisão" (jornal de negócios online, 3/9): «O ministro dos Assuntos Parlamentares acaba de garantir que o Partido Socialista nada tem a ver com a decisão de suspender o Jornal Nacional de sexta-feira da TVI.»

Amen.

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